quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Parece infinito. O oceano, a areia, o céu, todos em conjunto. Como tudo nessa vida sofrem mudanças, esses três elementos também mudam, mas nunca saem do lugar. Parece infinito, mas não é. Por sorte eles têm um tempo de vida maior, viram todas as evoluções. Sentir o chão, terra e areia, me aproxima da realidade da minha existência. O oceano parece que me conta histórias, mistérios que podem ou não ser verdade, que trazem uma certa magia para a realidade. Já o céu guarda o passado de alguns, o futuro de quem não pertence ao passado, porém, não consigo ver o presente, o céu é o fim. Eu invejo essa harmonia entre três coisas tão diferentes, que chegam a ser quase imortais. É difícil pensar que irão existir tantas mudanças no mundo e ninguém nunca poderá dar certeza do que realmente aconteceu. Nós somos resultado de histórias contadas por nós mesmos, humanos. Qual a versão de quem viveu isso mas não pode nos contar? Qual o motivo que tenho para confiar em uma raça que retrocede quando devia evoluir? Nenhum. Desperdicio de inteligência, hipocrisia, ambição. Tornamos o ar cada vez mais pesado, a areia cada vez mais suja, o mar cada vez mais seco, o céu cada vez mais perto de seu próprio fim. Nós matamos o que veio antes de nós. Lento e gradativo, torturante. Irônico é ver que nos matamos ao mesmo tempo, geração por geração. Estupidez. Parece infinito, mas um dia acaba.

texto: Lucas Palhares Pimentel
foto: Bruna Bley

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